DwyaneWade3 escreveu:Concordo muito como post do Henry.
Essa parte pra mim é essencial:
- Que caia o mito da massificação no Brasil. Não se vê voleibol nas escolas assim como não se vê nos clubes, etc. A diferença é na organização da CBV, o modelo que encontrou para treinar os melhores do fem/mas de cada geração. Como a Seleção tem muito mais importância do que o clube, os mehores atletas de cada geração ficam confinados em Saquerema e claro, a seleção vira seu meio de vida. Tentaram fazer o mesmo com o basquetebol, porém esbarraram nos clubes que não podem liberar Raulzinho, Cristiano e Bruno para ficar 7-8 meses na seleçao, nem Bebe que nao tem como deixar seu clube na Europa para fazer o mesmo.
Só porque a seleção está indo bem não significa que o esporte está massificado, e esse é ponto fundamental. Tanto no basquete como no volley, precisa-se de se praticar nas escolas, quantas quadras por ai fora nós vimos sem uma tabela ou um mastro com redes???
Nunca existiu massificação, não existe e tão pouco existirá se não houver uma política nacional de esportes.
E esta politica não existe por mil motivos.
O principal deles é que na década de 80 para cá as principais lideranças da Educação Física, contrárias ao que ocorreu durante os anos do regime militar (ápice/auge do tecnicismo na educação física escolar, quem não souber, fala que respondo o que é),
começaram a separar o esporte da educação física. O momento histórico brasileiro influenciou totalmente as abordagens que surgiram a partir daí.
Em especial, vou citar a abordagem crítica superadora e obras como Coletivo de Autores (obra de Carmen Lúcia Soares, Celi Nelza Zülke Taffarel, Maria Elizabeth Medicis Pinto Vargal, Lino Castellani Filho, Micheli Ortega Escobar e Valter Brach) que começou a ser base do que foi ensinado nas universidades e guiado cegamente pela turma da licenciatura/educação física escolar. Refletiu claro, no que a maioria de vocês aprenderam na educação física escolar desta datas pra cá.
A dimuinição da carga horária também influenciou bastante, porém a verdadeira caça às bruxas que foi instaurada no ensino dos esportes na educação física escolar tem muito haver com a queda gritante na prática de esportes por meio de vários alunos das escolas.
Lógico que o modelo militar da década de 70 estaria ultrapassado hoje. Claro que os torneios esportivos escolares que eram feitos e até universitários, naquele momento, eram instrumento do regime militar. Não tinham como não ser, aliás. Porém, o que chegou era exatamente o oposto daquilo tudo. Ao invés de caminharmos para um meio termo que fosse ótimo para todos, professores, alunos, escola, sociedade, não ... se optou para o que era ótimo apenas para os teóricos. Alguns professores de educação física questionam esta abordagem dizendo: faltou perguntar apenas para os alunos o que seria o ideal.
E dessa forma, vivemos em um país que não existe esporte nas aulas de educação física, não existe nenhuma politica esportiva e o esporte é tratado em várias universidades de educacao fisica do país, como algo demoníaco. Falo isso porque quando formei. pelo governo federal, eu estava cursando a melhor universidade federal de educação física do país.
Ou seja, falta muito para conseguirmos a massificação em qualquer esporte que não seja o futebol (entrelaçado na cultura do país, algo que sempre será forte, etc) Nenhum esporte no Brasil é massificado (novamente, exceto futebol). Se alguém disser que é, não entende de esporte. Aliás, pode-se argumentar em prol do futsal, porém é evidente que a relação com o futebol de campo existe e é mais do que evidente.
Uma pena, pois nosso povo tem um potencial esportivo incrivel, temos um N enorme perdido por aí e nos falta todo resto (organização, estrutura, linha de pensamento, etc).