Re: Flamengo - Play by play



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Concordo plenamente. Se não fosse aquele esquema na gola, ficaria perfeita!moraum escreveu:Curti a branca, esse detalhe na gola da tradicional é meio estranho
Imperador do tráfico ?
Adriano é visto na Vila Cruzeiro. Imperador comemora vitória na Rocinha. Manchetes como essa foram vistas com maus olhos por grande parte da mídia e da população em geral. Afinal, o que impede um jogador de futebol, fortemente esteriotipado no Brasil como indivíduo ignorante que veio de comunidades pobres, de frequentar favelas ?
Apesar de que há 20 anos a constituição de 1988 tenha tornado ilegais as teorias deterministas, como por meio de fazer o racismo crime inafiançável, elas ainda se encontram na base do pensamento da sociedade. Parece que quem mora em uma comunidade carente está automaticamente influenciado por toda criminalidade do tráfico e seu grande poder, que dentro das favelas não é paralelo. Aparentemente, tende-se a pensar que, na verdade, lá só moram os bandidos, embora seja óbvio que lá vivem desde os trabalhadores exemplares aos grandes bandidos. Ora, se nesses lugares todos fossem infratores, haveria apenas na cidade do Rio de Janeiro um gigantesco exército de meliantes.
Logo, já inferem alguns que um homem de renda mensal maior que 300 mil reais, quantia equivalente à renda mensal de milhares de moradores das favelas juntos, só pode visitar esses lugares para se juntar ao tráfico de drogas e consumir narcóticos. É então vista a forte tendência determinista de acreditar que Adriano, jogador em questão, tem o caráter corrompido por gostar da favela. Lastimavelmente, grande parte do povo pensa dessa maneira, crendo que o Imperador não poderia exercer seu direito de ir e vir em uma favela. Ignoram o fato de que, na verdade, favela é o lugar das pessoas de maior caráter.
Espero que tanta ignorância por parte de quem julga os jogadores como ignorantes se encerre. Afinal, não é de nossa responsabilidade ou interesse saber o que um jogador de futebol faz fora do campo. Além do que, na terra em que acredita-se no Caveirão e no cercamento das favelas, é imprescindível que o preconceito cesse e floresça o fruto da liberdade e da sanidade.
Carlos Ruíz